NOSSA HISTÓRIA

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Do sonho de mudar realidades, Aluísio Gomes funda a Oscip Jovem Sertão

Do sonho de dar um novo caminho àqueles que vivem à margem da sociedade e do anseio de fazer parte da mudança, nasceu a ideia de criar a Oscip Jovem Sertão. Muito bem articulado e engajado em sociedades filantrópicas, o professor universitário, doutor na área de sustentabilidade e meio ambiente, Aluísio Gomes, tirou a ideia do papel e a transformou em realidade.

“Nosso intuito sempre foi dar uma oportunidade a quem nunca pode ter uma. A Jovem Sertão nasceu diante do anseio de melhorar realidades tão duras, de pessoas que só precisavam que alguém apontasse um caminho para que pudessem enxergar que a vida é muito mais do que elas conheciam. O nosso maior objetivo é devolver a esperança de um futuro para homens e mulheres de todas as idades da nossa região, é contribuir para a construção de uma sociedade melhor, seja através do conhecimento ou do ensino de de uma profissão, no qual essas pessoas poderão, de maneira digna, colocar comida na mesa da sua família”, enfatiza.

Grande articulador e professor universitário da Facape há quase 20 anos, Aluísio Gomes formou parcerias com empresas locais e multinacionais. Através de cursos de capacitação profissional, ações de sustentabilidade e preservação da caatinga e do Rio São Francisco, a Jovem Sertão possui atividades em Dormentes, Jaguarari, Juazeiro e Petrolina.

“Há alguns anos, a Jovem Sertão iniciou um trabalho de desenvolvimento sustentável em defesa da caatinga e do Rio São Francisco. Nós fazemos um trabalho que inclui muito mais do que ações pontuais, mas também de educação ambiental, pois só através dela, teremos mudanças permanentes e eficazes na nossa região”, destaca.

A Oscip é a condensação de um grito de desabafo de um grupo de empresários, jornalistas, publicitários, pessoas comuns que unidos buscam a superação das diferenças geradas pela sociedade, pela história política e de um país que está despertando para a construção de uma nova história social.

A Oscip Jovem Sertão já capacitou mais de 800 em seus projetos e continua desenvolvendo atividades significativas de mudança na vida das pessoas.

Primeiro voluntário: da gratidão do recomeço, nasce transformação da vida de jovens petrolinenses

Carismático e muito atencioso, seu Medjour Almeida é dessas pessoas que não passa sem ganhar o carinho de quem troca umas duas palavrinhas com ele. O primeiro voluntário da Oscip - Jovem Sertão, nasceu em Bom Jesus da Lapa (BA) e tem uma história de gratidão com Petrolina, a cidade que o acolheu, deu oportunidades e um novo recomeço.

Com mais de 450 jovens capacitados na sua oficina, antes de chegar ao Sertão, seu Medjour trabalhava em Salvador (BA), na antiga estatal Usiba - Usina Siderúrgica da Bahia. Depois da privatização, no governo do presidente Collor, o eletricista industrial perdeu o emprego e, junto com a família, decidiu tentar a sorte em Petrolina (PE). No município ribeirinho, seu Medjour trabalhou no Curtume Moderno, na implantação do Presídio Dr. Edvaldo Gomes e na implantação elétrica de 13 residências da Forças Armadas do Brasil.

Sentindo-se abençoado por ter conseguido reconstruir a vida e dar o sustento da família, o eletricista industrial sentiu que precisava retribuir todas as oportunidades dadas a ele. Com a voz embargada, o primeiro voluntário da Jovem Sertão conta com gratidão e como foi seu primeiro curso.

“Pedi a Deus que não me deixasse morrer, sem poder passar isso aos outros, passar um pouco das graças que estava recebendo. Então, resolvi dar um curso gratuito para os jovens na Associação do Pedro Raimundo. No dia, tinha tanta gente que me surpreendi, tinha umas 30 cadeiras, todas preenchidas. Nesse mesmo dia, um jovem me chamou e pediu pra participar, que ele tinha um sonho de trabalhar de eletricista, que não se importava em assistir essa aula sentado no chão, mas que ele fizesse isso por ele”, se emociona ao relembrar.

Nesse período, o fundador da Jovem Sertão, Aluísio Gomes, conheceu o trabalho altruísta de seu Medjou e o convidou a fazer parte da Oscip. Até hoje, o primeiro voluntário ministra o curso na área, no qual, ensina jovens a ter uma profissão. Seu Medjour faz a diferença na vida daqueles que não tem tantas oportunidades e sabe a importância de mostrar um caminho digno a cada um deles.

“O homem precisa ter profissão, é através do trabalho que a gente faz o dinheiro. É trabalhando que o dinheiro chega nas nossas mãos. Meus alunos até hoje tem muito carinho por mim. Tenho alunos que trabalham na Coelba, na Celpe e várias cidades aqui perto como Santa Cruz”, reforça orgulhoso o professor.

O curso básico ministrado por seu Medjour continua formando pessoas que buscam um labor e novas oportunidades. A oficina funciona na garagem da sua casa, no Pedro Raimundo.

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Com ânsia de servir e transformar vidas, Mohamad Gomes marca a história da Jovem Sertão

Se contarmos a história da Jovem Sertão em linha reta, Mohamad Araújo Gomes, estaria logo nos primeiros passos dados. O jovem administrador está marcado na história da Oscip como o primeiro presidente da organização. Nos primeiros anos de fundação, entre 2005 e 2008, ele viu de perto as primeiras vidas transformadas pela entidade. De todos os projetos desenvolvidos de maneira temporária ou permanente, seu xodó é o curso para formação de Eletricidade Básica, ministrada pelo voluntário pioneiro seu Medjur, que através da generosidade de compartilhar seus conhecimentos, deu uma profissão a vários jovens e adultos em Petrolina.

A vontade de servir e de mudar realidades é uma característica herdade de berço para Mohamad. O administrador é filho do professor universitário, ambientalista e fundador da Oscip, Aluísio Gomes. Ele não esconde a influência direta do pai na sua formação e principalmente: em reconhecer a importância de dar a mão para quem teve pouca ou nenhuma oportunidade.

Mesmo longe da presidência, Mohamad Gomes nunca se afastou da Jovem Sertão, ele atua como o tesoureiro da instituição. O administrador empresta suas habilidades para manter a Jovem Sertão com saúde financeira e assim como ele, sabe que outras pessoas querem emprestar seus dons e aprendizados com outras pessoas. Assim como os demais participantes, Mohamad Gomes é voluntário e faz questão de deixar um recado.

“O voluntariado é uma forma de servir, fazer o bem ao próximo e ser útil à sociedade. Tenho a honra de fazer parte dessa história, de saber que contribui para um mundo melhor, ao mesmo tempo que me torno, a cada dia, uma pessoa melhor. A Jovem Sertão está de portas abertas a quem tiver o mesmo desejo”, convida.

Na presidência há 5 anos, Pedry Wry destaca as transformações do voluntariado no Sertão

O atual presidente da Jovem Sertão, Pedry Wry Gomes dos Santos, está no segundo mandato e conduz a presidência da OSCIP desde 2016. O advogado colabora como voluntário desde a fundação, em 2005, quando recebeu o convite do fundador da organização, Aluísio Gomes.

Ao longo dos últimos cinco anos de voluntariado, diversas ações foram realizadas na região do Vale do São Francisco. Entre as atividades que marcam sua memória, a formação de um grupo musical no Assentamento Mansueto de Lavor, comunidade próxima ao distrito de Izacolândia, em Petrolina (PE), o tocou de forma especial.

“Em 2012, tive um depoimento de um jovem que me marcou e me deu a certeza que estamos no caminho certo. Neste ano, a Jovem Sertão fez a aquisição de vários instrumentos musicais para montar um grupo musical com o nome de ‘Mandacaru Raízes do Sertão’. Esse conjunto nasceu da vontade dos jovens do assentamento de montarem uma banda. Em conversa posteriormente, um deles me relatou que aquela oportunidade de tocar um instrumento e fazer parte de um grupo musical, lhe tirou do mundo das drogas. Pois antes, ele não tinha o que fazer naquele lugar. Às vezes, as pessoas não têm noção do quanto uma ação social pode transformar a vida de uma ou de várias pessoas. A Jovem Sertão tem como missão, mudar a realidade daqueles que pudermos alcançar”, revela Pedry Wry.

O mandato do atual presidente da OSCIP Jovem Sertão vai até setembro de 2021 quando serão feitas novas eleições entre os membros para decidirem o novo dirigente da organização.

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